Este 2023 é de festa para a TV Miramar por estar a completar 25 anos de existência e também por ter inaugurado as suas novas instalações em Junho último.
Os programas da casa ganharam, com isso, novos cenários que trouxeram um certo ar de frescor à sua programação.
Tal frescor, porém, não é completo devido a um problema que a televisão está a tornar crónico: as novelas em exibição.
Estranhamente, o canal possui cinco horários de novelas. Um exagero sem explicação para o poder criativo dos talentos que lá há disponíveis.
Esse número poderia ser facilmente digerido se a dicotomia quantidade versus qualidade não estivesse em completo desalinho.
A Miramar está a ter a coragem de oferecer ao público produtos de qualidade baixa, algo incompreensível para uma filiar da Rede Record de Televisão, um dos maiores conglomerados de comunicação do mundo.
A qualidade a que aqui se questiona não é a dramatúrgica, mas a das dublagens de três delas: Flor Silvestre, A Herdeira e Atiradora de Elite.
O público é obrigado, diariamente, a assistir ali um show horroroso de personagens adultos a falarem como se fossem crianças ou como se tivessem algum défice mental.
Mesmo as novelas O Que A Vida Me Roubou e Terra Prometida, que não padecem de problemas nas falas dos seus personagens, têm também um problema para chamarem de seu.
Ambas são imensamente conhecidas do grande público por já terem sido exibidas em outros canais ou pela mesma Miramar incontáveis vezes.
Para as massas que fielmente assistem ao canal, sempre há um estranhamento inicial na estreia que logo é superado pelo hábito.
Mas para o público mais exigente, com um certo grau de instrução, tais novelas causam o repugnante sentimento de vergonha alheia.
Que em 2024 o canal mude tal cenário.